O líder espiritual tibetano Dalai Lama chegou a Nova York neste domingo (23), enquanto se prepara para passar por tratamento médico para os joelhos, de acordo com uma declaração de seu escritório.
Ele foi recebido por uma multidão de simpatizantes, alguns em trajes tradicionais, do lado de fora de seu hotel no centro de Manhattan.
O líder espiritual fugiu para a Índia em 1959 após uma revolta fracassada contra o domínio chinês no Tibete e é considerado por Pequim um separatista perigoso.
Autoridades chinesas se irritam com qualquer interação que ele tenha com autoridades de outros países.
Ganhador do Prêmio Nobel da Paz, ele trabalhou por décadas para atrair apoio global para a autonomia linguística e cultural em sua remota e montanhosa terra natal.
Dalai Lama se encontrou com autoridades dos EUA, incluindo presidentes, em visitas anteriores ao país, mas Washington não disse se alguma reunião foi marcada para esta viagem.
Ele se encontrou com uma delegação do Congresso americano na semana passada, incluindo a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, em sua residência em Dharamsala, uma cidade no norte do Himalaia indiano onde ele mora.
Desde que assumiu o cargo, em 2021, Joe Biden ainda não se encontrou com o Dalai Lama.
Como candidato, em 2020, Biden criticou Donald Trump por ser o único presidente em três décadas que não se encontrou ou falou com o líder espiritual tibetano, chamando isso de “vergonhoso”.
Qualquer movimento do tipo causaria irritação em Pequim, em um momento em que os EUA e a China buscam estabilizar laços difíceis.
Liu Pengyu, porta-voz da embaixada chinesa, disse no início de junho que a China “se opõe firmemente a quaisquer atividades separatistas anti-China conduzidas pelo Dalai em qualquer capacidade ou nome em qualquer país, e se opõe a quaisquer formas de contato de autoridades de qualquer país com ele”.