Três passageiros estão processando a American Airlines depois de alegar que funcionários da empresa removeram um total de oito homens negros de um voo devido a uma reclamação sobre um passageiro com odor corporal.
O processo, arquivado na quarta-feira nos EUA O Tribunal Distrital do Distrito Leste de Nova York afirma que, enquanto o voo 832 da American Airlines de Phoenix para Nova York estava embarcando em janeiro, os funcionários da American Airlines removeram oito homens negros do avião supostamente por causa de uma reclamação sobre “odor corporal ofensivo”.
O vídeo central para o processo mostrou um grupo de homens negros que não estavam viajando juntos e não se conheciam sendo removidos do voo. De acordo com o processo, eles eram os únicos passageiros negros no voo.
Emmanuel Jean Joseph, Alvin Jackson e Xavier Veal — os três autores— estavam em um voo de conexão de Los Angeles. Os três alegam que em nenhum momento do outro voo nenhum funcionário da American Airlines disse nada a eles sobre um odor ofensivo.
Jean Joseph disse ao correspondente sênior de transporte da CBS News, Kris Van Cleave, que, ao reunir seus pertences e caminhar até a ponte a jato, notou que apenas homens negros estavam sendo removidos do voo.
“Comecei a surtar”, disse Xavier Veal. Ele decidiu gravar o incidente em seu telefone.
O processo afirma que os homens foram mantidos no jetway por cerca de uma hora e depois se mudaram para a área do portão, onde lhes disseram que seriam remarcados em outro voo para Nova York mais tarde naquele dia. O processo alega que um funcionário da American Airlines indicou que a reclamação sobre o odor corporal veio de um “comissário de bordo branco”.
Um agente de portão visto no vídeo em um ponto parecia concordar que a raça era um fator na decisão de remover os homens do voo.
Quando outro voo para Nova York não pôde ser encontrado, os homens foram colocados de volta no mesmo avião. Jackson descreveu a experiência como desconfortável, dizendo: “Todo mundo olhando para mim, eu e todos os outros negros no avião foram retirados”.
“Eu sabia que assim que entrei naquele avião, um mar de rostos brancos estaria olhando para mim e me culpando por seu voo atrasado de uma hora”, disse Jean Joseph.
A advogada que representa os três homens, Sue Huhta, disse que a American Airlines se recusou a fornecer a seus clientes quaisquer respostas sobre o incidente e disse que parece “vastante aparente que a raça fazia parte dessa dinâmica”.
“É quase inconcebível encontrar uma explicação para isso além da cor da pele deles, especialmente porque eles não se conheciam e não estavam sentados um perto do outro”, disse Huhta.
O processo também cita outros incidentes recentes em que os passageiros alegaram discriminação pela American Airlines e faz referência a um aviso de viagem da NAACP de 2017 instando os membros a não voar na companhia aérea, que foi levantado oito meses depois.
O analista jurídico da CBS, Rikki Klieman, disse que o processo sugere que os autores podem estar mais interessados em fazer uma declaração pública sobre discriminação racial do que em compensação financeira. Klieman acredita que a questão no julgamento é sobre os protocolos da American Airlines e como ela lidou com os funcionários após o incidente.
Mas Veal disse que é sua crença de que, se tivesse sido uma pessoa branca, a situação provavelmente não teria acontecido.
“Fomos discriminados. Toda a situação foi racista”, disse ele.
Em um comunicado à CBS News, a American Airlines disse: “Levamos todas as alegações de discriminação muito a sério e queremos que nossos clientes tenham uma experiência positiva quando optarem por voar conosco. Nossas equipes estão atualmente investigando o assunto, pois as alegações não refletem nossos valores fundamentais ou nosso propósito de cuidar das pessoas.”
