O dólar fechou em forte alta nesta quinta-feira (31), em um dia de maior aversão ao risco no exterior. Investidores repercutiram indicadores econômicos internacionais e sinais de que a economia chinesa continua enfrentando problemas.
Além disso, o mercado seguiu na expectativa pelo Orçamento de 2024, que precisa ser entregue ainda hoje pelo governo. A preocupação é que o país não consiga diminuir o déficit público por conta de dificuldades na arrecadação federal.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana subiu 1,67%, cotada a R$ 4,9500. Na máxima do dia, alcançou os R$ 4,9595. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar encerrou o pregão com alta de 0,31%, vendido a R$ 4,8687. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:
- altas de 1,54% na semana e de 4,68% no mês;
- e recuo de 6,21% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
Na agenda doméstica, o grande destaque do dia ficou com as discussões políticas sobre o orçamento do governo no próximo ano. De acordo com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, o orçamento está equilibrado. No entanto, outros ministros mostram dúvidas sobre as chances do governo conseguir zerar o déficit público em 2024.
Ontem, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, garantiu que o governo enviará ao Congresso Nacional o projeto de lei do orçamento sem previsão de déficit nas contas. Mas, mesmo dizendo que a equipe econômica não discute mudar a meta, afirmou que “o futuro a Deus pertence”
De acordo com o analista de investimentos Vitor Miziara, o problema está em como o governo vai conseguir elevar a sua arrecadação. Ele pontua que medidas como a taxação dos fundos de super-ricos acabam por levar os grandes investidores — que são os responsáveis por colocar os maiores volumes financeiros no país — para investimentos no exterior, fugindo da maior carga tributária por aqui.
Essa movimentação, além da possibilidade de trazer impactos para a arrecadação federal, também acabou por contribuir com a valorização do dólar frente ao real.
Ainda no cenário político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o novo arcabouço fiscal, que era prioridade do governo e traz novas regras em substituição ao teto de gasto.
Já no exterior, as atenções se dividem entre dados dos Estados Unidos e números da China.
Nos Estados Unidos, o foco ficou com os dados de emprego, que indicaram um esfriamento do mercado de trabalho, além de um Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre que também mostrou uma desaceleração.